quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Procura-se

Procura-se um bom papo, que vá além do superficial.

Procura-se a conquista inteligente e charmosa que, mesmo diante da fragilidade de um clichê, seja sincera e, ao ascender das luzes, não se mostre apenas como uma armadilha para presas fáceis.

Procura-se o olhar nos olhos, a carícia no rosto e o beijo molhado que resista a noites, meses e anos...

Procura-se a macheza, com presteza evidenciada por um membro rijo, que perdure após o gozo.

Procura-se o depois do depois, conquanto o durante seja intenso e carinhoso.

Procura-se caminhar junto, construir, somar...

Procura-se a metade do inteiro que é amar.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Poesia cantada pelo vento da poesia lida

De gostos e peles e música e tudo o que a gente vê sem saber como ter e se quer, sem limite, com tesão da coisas quentes, boas, com gosto de uva e chocolate e morangos com creme numa taça, taça de vinho, música francesa.

Eu quero, quero tudo, amor, sonho, só não quero dor, isso nem é de se falar pra não chamar. Eu quero, eu sou, eu posso, tudo isso que a gente escuta por ai sem parar: segredo, segredo não se conta, mas contaram... pra quem? Pra quê? Eu só sei que ouvi.

Assim... só sei que ouvi e vi e senti e quis ter essa paz, que a gente ouve por aí e pensa que é coisa de Deus que nunca vai se alcançar porque Deus está lá no céu tão longe e esquece que Deus está aqui em mim, em ti, em nós...

O gosto da boca, da pele, do beijo, do pescoço, do osso, osso de cachorro que não larga e não rói. Quero o gosto da rosa, o sabor do vento, cheiro da folha molhada da chuva que caiu, mas hoje o sol, sim eu quero o sol, a praia o verão... O amor, ah o amor, sim eu quero o amor, muito amor, amor de sol, de praia, de correr e brincar de pega-pega e esconde-esconde... Não! Não esconde...

Eu te acho, porque te procuro e te quero: AMOR, desse que a gente ouve por ai e que é qualquer coisa entre o tesão, o sexo e a instituição familiar daquilo que a gente sonhou quando era criança e brincava de boneca...

Do gosto do inverno que não foi temeroso, ou tenebroso? Mas que passou, assim como tudo passa, a vida passa, anda passando e eu vou junto com ela, não fico aqui sozinha não! Eu vou junto porque quero tudo, com gosto de música e jeito de mar e sol e girassol que é flor, que plantaram...

Planta também, eu planto, tudo o que quero eu planto, esse chão tem solo fértil e nasce e brota e desabrocha, mas não murcha. Isso não! Mas nem é bom dizer não... dizes só sim... sim eu quero sim!

Tudo vai e passa e fica, com voz de canção, sabor de música e tempo de verão, na primavera do coração.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Firmamento

De quantas noites e dias são feitos os sonhos e as nuvens
De quantos sonhos é feito o eu
Eu que estou em mim
Que estou aqui e ali
Em ti
Que quero o dia e a noite
A nuvem e o céu...
O infinito finito em ti,
Amor...

domingo, 28 de junho de 2009

Fiz este poeminha para replicar alguém com quem discuti a respeito da ética e moral. "Façam o que eu digo, mas não o que eu faço" não me parece ser uma postura correta ou ética, muito menos para alguém que representa uma categoria para as quais defende práticas que não executa e das quais zomba, na prática.

Enfim... já que não posso fazer nada para mudar isto e sou vista como "traidora" por denunciar tal prática, resolvi ser irônica e exaltar aquilo que julgo nojento, mas que parece ser natural para algumas pessoas...

Ode à hipocrisia

Salve, salve a hipocrisia!
Sejamos todos hipócritas!
Vamos agir comos os Porcos de Orwell:
Mascarar a mentira para que, repetida mil vezes,
ela transforme-se na verdade.
“Todos os profissionais da imprensa são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

Ideologia é demodê! A vanguarda está mesmo é na cara-de-pau!
Afinal, estamos no Brasil e por aqui sempre damos um “jeitinho” para tudo...
Ninguém vai reparar!
Que o digam Maluf e Sarney.

Se acaso questioneram nossa postura diremos:
—“Estás equivocada, pessoa caluniosa!”

Além disso, a mídia gosta mesmo é de uma boa hipocrisia.
Dá até capa de jornal e joga no descrédito quem se atreve dizer a verdade.
Por isso, sejamos hipócritas!
Não é ilegal e ninguém poderá nos prender...

Sim, sejamos hipócritas!
Vamos fingir que o errado é o certo, esquecer a moral e a ética batendo no peito para dizer de boca cheia que somos os seus maiores defensores!
Nosso lema será: “façam o que eu digo, mas não se importem se eu não o faço!”

Se para nossa Suprema Côrte Judicial um bom jornalista deve apenas saber cozinhar,
este é mesmo o país da pizza!
Não há que se negar, então, que em casa de ferreiro o espeto seja mesmo de pau.
Bem assim, igualzinho à nossa cara!
Viva à hipocrisia!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Métrica do amor

Acho engraçado quando se diz “amar como eu te amo ninguém mais”
Amor não é coisa que se mede ou que se apraza
Amor é sim o que nos apraz
É quando se inebria até gozar
Embriagando-se do gosto de tudo aquilo que é amar
Mas não há que se dizer que te amo mais que outro alguém
Nem que me amas mais do que o amor de outrem
Isso é de mentir a si mesmo
Tentando enganar o amor
Ou abarcar-se de todo ele que é maior que o mundo do sentir
Que se dirá, então, do de se medir...
Amor, assim eu sigo amando
Nem mais nem menos que os outros
Não quero ser dona do amor
Quero senti-lo, inebriante, embriagante, arrebatador, incontrolável, insaciável...
E assim poder ouvir do amor que tenho (que ainda espero ter) “amo-te, meu amor, tanto assim que é mais do eu mesmo posso amar!”

terça-feira, 28 de abril de 2009

Um poema

Espantando a poeira deste espaço com um poeminha que fiz e que, para mim, fala dos amores e desencontros da vida:

Tempestades de mim

Não tenho medo da chuva, nem me importo de me molhar...
Quero mesmo um caminho cheio de flores!

O tempo seca e o sol abre novamente,
fazendo a gente esquecer que houve raios e trovões...

Deixar de viver algo, por medo, é viver pela metade.

Sou inteira, sou intensa,
por isso, quando a chuva vier novamente eu estarei lá
para enfrentá-la e prosseguir...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Tempo, canção do vento!

Gostaria de ter tempo para tudo e para nada, mas tenho que trabalhar!


Oração ao Tempo
Composição: Caetano Veloso

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho (sobrinha, por enquanto!rs)
Tempo, tempo, tempo, tempo, vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sobre o silêncio

É interessante pensar como o silêncio tem significados diversos e antagônicos. O silêncio entre duas pessoas pode significar tanto a compreensão total de almas que não precisam de palavras para se entender, quanto uma profunda ausência de sensibilidade e comunicação entre elas... Na vida, nos relacionamos o tempo todo hora com o primeiro, hora com o segundo. Há relacionamentos em que mesmo quando há palavra, o que existe é o silêncio; há silêncio, mesmo quando é música; há silêncio, mesmo quando é tesão; há silêncio, mesmo quando é amizade...
No silêncio o peso das coisas é maior. No silêncio, refletimos sobre nós e as indagações pertinentes de nossa filosofia. No silêncio surge a pergunta: será que vale a pena nos relacionarmos com quem o silêncio nunca deixará de ser a ausência, mesmo quando há companhia? O que eu sei é que não sofro mais com este silêncio; hoje, ele não me machuca. Apenas sigo, deixando quem não escuta para trás...
Por vezes reencontro este silêncio, encaro-o bem de frente e rio e danço -há certa musicalidade no silêncio- e, então, seguindo esta melodia, eu canto!

Cantando neste silêncio: Olhos nos olhos - Chico Buarque

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

"Há em mim uma sede de infinito"

A frase que intitula o primeiro post foi retirada de um pequeno verso, escrito pela maravilhosa Florbela Espanca, que, assim como eu, era um romântica que tinha dentro de si a poesia que queria gritar, que não podia calar.
"Há em mim uma sede de infinito... uma saudade sei lá de quê" e tudo o que eu quero é poder dizer ao mundo o que penso, o que sinto, minha impressões do mundo; efim, os vestígios sinceros de minh'alma.